terça-feira, 16 de abril de 2024
Repórter de concertos de violino
domingo, 7 de abril de 2024
Lembrança da Olaria
segunda-feira, 25 de março de 2024
Atrás da Primavera, outras Primaveras hão de vir
domingo, 24 de março de 2024
A Primavera de Joana Oliveira
quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
Inauguração da Exposição "PARAÍSO" de Joana Santos na @arquivolivraria, em Leiria, no sábado, dia 2 de Março
"O paraíso não é um lugar, é uma condição da
alma." - Simone Weil
O que é o Paraíso? Onde é o Paraíso? O Paraíso existe?
O Paraíso pode ser um destino final. Um lugar celestial ao
qual se chega no final dos dias corpóreos, como uma recompensa. Pode ser um
espaço tangível, exótico, perfeito onde a natureza abundante é habitada por
seres que vivem em uníssono e onde a felicidade é eterna.
O Paraíso pode ser um espaço que nos habita, que nasce e
cresce dentro de nós.
Este é o Paraíso que nasceu das minhas mãos, materializado
na delicadeza do grés branco, nos tons azuis e verdes dos cabelos livres das
figuras que o habitam, no amarelo ocre das folhas de ginkgo biloba ou no
vermelho coração. Uma reflexão sobre o amor, em particular o amor-próprio,
vivido no feminino. Uma Ode ao Paraíso como corpo e à sua relação com o mundo
físico que o encapsula. Ode também ao mundo interior que se preenche de
sentimentos, ideias e tempo.
O Paraíso encontrado no ato da criação, da ideia ao desafio
de lhe dar forma usando o barro, tornando físico o meu Paraíso particular e
pessoal.
Convido-vos a virem descobrir o meu "Paraíso".
De 2 a 31 de março, na @arquivolivraria, em Leiria.
Inauguração, dia 2 de Março, pelas 18h30!
Conto convosco?
REPORTAGEM FOTOGRÁFICA DA EXPOSIÇÃO
domingo, 18 de fevereiro de 2024
Cristo na coluna
Cristo na coluna. José Moreira (1926-1991). Colecção particular.
https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2023-04/santuarios-flagelacao-condenacao-jesus.html . [Consultado em 18 de Fevereiro de 2024].
WIKIPÉDIA. Flagelação de Jesus. [Em linha]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Flagelação_de_Jesus . [Consultado em 18 de Fevereiro de 2024].
WIKIWAND. Flagelação de Jesus. [Em linha]. Disponível em: https://www.wikiwand.com/pt/Flagelação_de_Jesus . [Consultado em 18 de Fevereiro de 2024].
[i]
A flagelação era uma forma de suplício infringido pelos romanos, visando
castigar crimes, obter confissões ou preparar execuções capitais. Para esse
efeito, recorriam ao “flagelo”, chicote constituído por tiras de cabedal ou
corda com pedaços de ferro nas pontas, com o qual açoitavam as vítimas.
[ii] No contexto do simbolismo e arte cristãos, a coluna é um dos “instrumentos maiores” da Paixão de Cristo. Outros são: a cruz, a coroa de espinhos, o chicote, a esponja, a lança, os pregos e o véu de Verónica. Para além destes, existem ainda outros que são considerados “instrumentos menores”. Uns e outro são vistos como armas que Jesus utilizou para derrotar Satã e são tratados como símbolos heráldicos.
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
CERÂMICA DE REDONDO – Garrafão falante de Mestre Álvaro Chalana
Garrafão em barro de tonalidade vermelha, vidrado, de base
circular plana, corpo ovóide, colo cilindriforme e carenado a meia altura da
parede, bordo ligeiramente extrovertido e arredondado. Imediatamente abaixo da
carena deriva uma asa de secção rectangular, que finda na zona de diâmetro
máximo do bojo.
A superfície exterior está decorada com três manchas de
engobe, de cor amarelo de palha, de forma irregular, dispostas praticamente a
partir do início do colo e até à base. Estas manchas receberam decoração
esponjada, a verde e a amarelo.
Sobre cada uma das três manchas de engobe estão esgrafitadas
as inscrições: “Ai que belo”, “Viva a boa pinga” e a quadra:
Isto que digo e a verdade
O meu amigo come e bebe
Mas pode beber a vontade”
segunda-feira, 29 de janeiro de 2024
CERÂMICA DE REDONDO – Brasão de Lisboa em prato falante de Mestre Álvaro Chalana
Prato de barro vermelho vidrado, modelado, cozido e decorado na olaria redondense de Mestre Álvaro Chalana (1916-1983).
Prato covo, falante, brasonado, de grandes dimensões, com
superfície interna de cor creme, de aba larga ligeiramente côncava e bordo
plano. Decoração esgrafitada e pintada com base em quadricromia
verde-amarelo-castanho-negro.
Decorado no bordo com motivos fitomórficos constituídos por
pés de flores, bi-folheados, de dois tipos que se sucedem alternadamente.
Decorado no fundo com motivo configurando o escudo do Brasão de Armas de
Lisboa, com um barco castanho, um corvo na popa e outro corvo na proa. O barco
assenta num mar de cinco faixas onduladas, quatro de castanho e três verdes. Do
mastro, central, pende cordame em direcção à proa e à popa. No topo do mastro
está içada a Bandeira de Lisboa ou Bandeira de São Vicente, gironada de quatro
peças, creme e negro, símbolo do município de Lisboa. As velas, verdes, estão
recolhidas. Em torno do topo do barco, riscos a castanho parecem configurar
bases de nuvens e/ou aves a planar.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2024
Cerâmica de Redondo - Prato de aranhões decorado por Jacinto Ramalhosa
Prato de barro vermelho vidrado, confeccionado e cozido na olaria redondense de Mestre Pintassilgo [João Mértola (1929-2022)], decorado a azul cobalto por Jacinto Ramalhosa.
No covo está desenhada uma corça rodeada de
motivos vegetalistas. A aba, larga, encontra-se decorada com pares de pêssegos
estilizados (os pêssegos, originários da China, são símbolos relacionados com o
casamento e a imortalidade) que alternam com folhas de artemísia (planta
medicinal utilizada na medicina tradicional chinesa). Inspirado na faiança
portuguesa do séc. XVII.
Neste período, o fascínio pela porcelana
chinesa no nosso país, leva a que a faiança portuguesa seja caracterizada por
uma original adaptação de motivos ornamentais do Oriente, que são
reinterpretados em novas composições, de estilo híbrido, nas quais se combinam
influências orientalizantes e a permanência de valores tradicionais. Pertencem
a esse estilo, os chamados pratos de “aranhões”. Estes resultam da
simplificação interpretativa dos motivos empregues na porcelana chinesa,
nomeadamente as folhas de artemísia, frequentemente usadas na decoração da
porcelana “kraak”. Esta era um tipo de porcelana chinesa de exportação,
produzida sobretudo no reinado do Imperador Wanli (1563-1620) da dinastia Ming
(1368-1644), até cerca de 1640 e que chegava em abundância à Europa.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2024
Um singular berço das pombinhas de Ricardo Fonseca
O presente berço do Menino Jesus, conhecido por “berço das pombinhas” (Fig. 1), cuja simbologia já foi por mim analisada [i], é duma tipologia que já era executado por oficina de barristas de Estremoz desconhecidos, de finais do séc. XIX – princípios do séc XX, os quais assinalavam a sua produção com a marca incisa “EXIREMOZ”, aposta por percussão de carimbo. Este tipo de berço continuou a ser produzido por Gertrudes Rosa Marques (1840-1921), Ana das Peles (1869-1945), Mariano da Conceição (1903-1959), Sabina Santos (1921-2005), Liberdade da Conceição (1913-1990), José Moreira (1926-1991), Maria Luísa da Conceição (1934-2015), Fátima Estróia (1948 - ) e Irmãs Flores [(Maria Inácia (1957 - ) e Perpétua (1958 - )] [ii].
No berço de Ricardo Fonseca (1986- ) é
dominante uma dicromia quente-frio, materializada cromaticamente pelo binário
ocre amarelo – azul do Ultramar, tradicionalmente usado na arquitectura popular
desta terra transtagana, iluminada pelas claridades do Sul. A cor de fundo do
berço é o ocre amarelo, à excepção do folho que encima o espaldar do berço e cuja
coloração é a do azul do Ultramar.
A dicromia dominante dá uma forte
contribuição para contextualizar o berço em termos identitários alentejanos.
Esta contextualização é reforçada pela decoração do berço com elementos
fitomórficos associados à região: espiga de trigo, papoila e ramo de oliveira
(no espaldar) e ramo de sobreiro (na cercadura lateral do berço).
A manta listada que cobre o
Menino Jesus é amovível (Fig. 2), o mesmo se passando com o Menino Jesus (Fig.
3), que estava assente num pano branco, por sua vez assente em palhinhas.
Este exemplar de berço do Menino Jesus
constitui um bom exemplo da possibilidade que existe de introduzir inovação
morfológica e contextualização regional em exemplares do Figurado de Estremoz,
sem que estes deixem de pertencer ao chamado núcleo central daquele Figurado.
[i]
MATOS, Hernâni. “Contributo
para uma Simbólica das Figuras de Presépio” in jornal E, n.º 324,
Estremoz, 21 de Dezembro de 2023. [Em linha]. Disponível em: https://dotempodaoutrasenhora.blogspot.com/2023/12/contributo-para-uma-simbolica-das.html
[Consultado em 31 de Dezembro de 2023].
[ii]
Sabina Santos produziu também outro tipo de berço, habitualmente designado por
“berço dos anjinhos”, que foi igualmente confeccionado pelos barristas que se
lhe seguiram.
Fig. 2
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
O guardador de memórias e o Mercado das Velharias em Estremoz
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
Contributo para uma Simbólica das Figuras de Presépio
Publicado inicialmente em 21 de Dezembro de 2023